Ela é a minha amiga gigante. Que tem colo gigante.
Ela é a minha amiga improvável, mas não sei o que faria sem ela pra contar nos
dedos.
Nos conhecemos de um jeito meu forçado.
- Essa é a Luara.
- Que lindinha. Aquele na água é o Diego.
Caminhamos, ela com a pequena pendurada no
canguru, eu com ele agarrado em minhas mãos.
- Esse aqui é o Tanganica, um dia vamos combinar
de vir aqui?
- Vamos.
- Tchau.
- Tchau.
Realmente não fazia sentido uma bebê de 2 meses
fazer aula de natação, como sugeri. Era só pra puxar conversa. E o Tanganica
ela concordou só pra não ficar chato.
Fomos embora, ela me odiando menos e eu achando
aquela Florisbelinha a coisa mais lindinha que até sorriu pra mim quando nos
despedimos.
A gente provavelmente nunca vai lembrar-se do
segundo encontro. Mas quando vi, já estamos dando uma de Roni na casa dela,
lavando os 4 andares com uma mangueira. Depois o tio dela viu a gente na
escada, muito incrivelmente, tirando fotos de bunda. (Oi? Quem escreveu isso?).
E então éramos amigas que agregavam amigas. Ela me
deu uma Loira e eu dei a Ariel. Ela me deu um Coutinho e eu dei um Kenzo. E por
aí vai... Stellian, Lua... Grandes presentes, não? Criamos uma confraria, um
blog escrito a quatro mãos. Eu me apaixonei pela cria dela e ela pela minha.
De
repente vimos que tínhamos muito em comum. E aí rolaram muitas coisas. Forrós,
sambas, banquinhos altos, aniversários, namorados, ex´s, famílias, presente de
dia das mães, Serra do Cipó, chopes, arregos, brigas e pazes, músicas. Teve um
fusca que não andava 3 quarteirões sem dar pau. Teve a fada do dente no sítio
da Dirllyam, teve show com foto de cabeça de gente, teve corrida na praça com o
Augusto de babá e fotógrafo, teve “com papel?”, tiveram 5 Encontros Mundiais
Oficiais, e muitos, muitos textos! Como escrevi uma vez: “E porque eu sei,
também, que um dia vou brigar pelo direito do meu dedal, do meu pedaço nessa
colcha de retalhos, confundindo, talvez,
qual das partes que quem viveu fui eu”. É. A gente tem uma colcha de
retalhos. E ela diz, eu digo, numa das nossas memórias, que “... um dia vou
precisar ficar calada com alguém e n’outro dia vou precisar de um colo gigante
pra chorar dentro. E um dia você vai precisar que alguém lhe prepare o café ou
que lhe afague as memórias. É porque um dia nos restarão poucas coisas. E um
dia, tenho certeza, de que estaremos jogando buraco, eu continuarei perdendo e
você continuará tendo toda a paciência do mundo”. Pra quem me lê, pode pensar:
mas? É que na vida sempre existe o momento da passarinhar. E amizade não tem
nada haver com isso. É imutável, transcende. É pra vida, não para o momento.
E
um dia, Nega, esse dia chega. É porque a vida trata de separar o que não
nos acrescenta e nós nos agarramos sempre a quem nos ama. Amo você! Então, feliz novo ciclo, nova primavera, novo ano de vida, feliz aniversário! Te amo, te amo, te amo!
Carol
23/03/2018
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