sexta-feira, maio 01, 2009

Um Lugar

Hoje eu queria uma música me que enchesse toda. Que me entupisse e não deixasse espaço pra mais nada a não ser música. Me revirei. Troquei de posição. Coloquei na rádio, voltei para as músicas gravadas no celular. Fechei os olhos, aumentei o volume. Endireitei a coluna, cruzei os braços, espirrei, cocei a cabeça, olhei para os lados... Nada. Todas as músicas não eram cheias. E se me perguntassem o que era uma música cheia eu não saberia dizer.

Hoje eu queria me encher de alguma coisa boa e coisa boa é música. Hoje mesmo eu queria me sentar num cerrado, com o mesmo sol que iluminou Sócrates, Freud, Sartre, Jesus e Madonna.

Eu queria mesmo me sentar com música cheia, meu laptop rosa no colo, numa cadeira confortável, ou uma rede que balança, um chapéu pra não queimar fosfato, uma água de côco, uma latinha de cerveja gelada, sem ninguém por perto além da Senhora Inspiração. Um ventinho fresco, uma cesta de piquenique cheia de frutas, alguns livros, minha máquina fotográfica Penélope e, se possível bichinhos como suricates, macaquinhos, coelhinhos, passarinhos a me encantar.

Assim eu poderia ficar por um bom tempo. Ah, e sobre a música cheia, é a que estou escutando agora... Não sei qual é. Só sei que é instrumental e é cheia o suficiente pra não deixar escapar do mundo de fora nenhuma coisinha ruim que possa me atingir.

E neste lugar eu escreveria minhas coisas, poderia ver meu filho correndo, não atenderia celular se não fosse uma chamada da minha assessora, ficaria de short, camiseta, chapéu e pés no chão, mesmo de pernas cruzadas. E viveria em paz.

Eu quero é paz. Deus, paz, por favor?

Dose dupla pra mim e para o meu pequeno.

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