Eu mesma (the real me)

Não tem um texto seu, tipo, sei lá, "Carol em Palavras"? Algo mais... autobiográfico?

Atendendo a pedidos, tem sim. Este aqui, que escrevi agora:

Tinha 11 anos quando escrevi meu primeiro livro: “Histórias de uma Pequena Sereia”. Meu pai levou em editoras, escolheu uma (ou fui escolhida), finalizávamos o processo de edição, correção e tal, eu fazia as ilustrações e DESISTI. Ás vezes eu desisto.

Minha paixão da vida, de todo o tempo e o amor maior do mundo, meu filho, às vezes me cansa.

Tenho medo que minha avó morra antes de resolver seus problemas por aqui. Mas também tenho pressa. Porque ela sofre.

Minha mãe é minha majestade, minha mãe mesmo, não amiga. Mas é conselheira e me carrega no colo. Quase sempre é chata.

Defeito: Tenho preguiça demais de gente burra e ignorante.

Finjo que não ligo para aparência, mas ligo sim.

Sinto muita falta de algumas pessoas. Queria tê-las de volta.

Sinto pena. E isso me dói.

Já roubei chocolate no supermercado, já peguei carona em caminhão de lixo, já dormi debaixo da ponte como projeto antropológico, já passei um tempo numa comunidade indígena, já saí de casa com toalha na cabeça, já tomei banho de óculos, já pintei o cabelo de vermelho e chorei, já subornei meu coleguinha de quarta séria para dançar quadrilha comigo, já fiz fofoca e já pedi perdão.

Fiz natação, ginástica olímpica, balé, jazz, judô, taekondô, vôlei, circo, mágica, teatro, corrida.

Amo correr.

Meus amigos dizem que sou chata, muito chata.

Já me acostumei com a primeira impressão que passo: metida, patricinha, nojenta e tal. Não me incomoda mais.

Me acho um gênio. Mas nunca superarei minha mãe.

Já amei.

Tenho medo de amar demais.

Já engordei e já emagreci.

Óbvio que "vivo sempre no mundo da lua", "pegando cauda na carona do cometa"...

Sinto-me só. Muitas vezes.