segunda-feira, junho 09, 2008

Uma ODE à Flower by Kenzo


Uma ODE à Flower by Kenzo, o que poderia ser a história da menina-moça que morou em todos os lugares e não se sente em casa em lugar algum. Ou um relato sensato sobre a mulher que insiste em não acreditar em si, mesmo sabendo-se amada por um tanto. Ou sobre aquela que acha que Subway é a melhor comida de todos os tempos e preenche um vazio que insiste em continuar a existir.

Mas é uma ODE à Flower by Kenzo, uma flor única, daquelas que só é encontrada nos lugares mais gélidos da parte quente do coração. Ela se esconde por lá. Alguns acham e não entendem. Outros têm a sorte grande de, pelo menos, tentar entende-la e talvez nunca compreendê-la. Estou tentando. Sorte minha.

Flower by Kenzo é de sorriso largo, olhinhos meio puxados (principalmente quando dos sorrisos largos), mãos delicadas e ‘verbo solto’. Fala, fala, fala. Enquanto quiser falar, fala.

É delicada quando diz “é assim mesmo, flor, passa” e brava quando se indigna “os homens não gostam de mulheres bem resolvidas”, sutil quando comenta “vamos ver o que a ‘do cristo calcificado’ escreveu na coluna do zinequanon”, debochada quando escuta meus casos espatafúrdios sobre a adolescência do meu filho de nove anos: “preocupa não, é daí pra pior”, modesta quando revela que leu o blog inteiro de alguém durante três dias seguidos, sem dormir e sem comer... Exagerada ao descrever que alguém é muuuuuuito exagerado. Ela é um exagero só. Exagero só, não, exagero muitos!

Flower by Kenzo é cheia de histórias e uma bela anfitriã. Me admiro como consegue ser gentil com todo mundo, servir bolo de chocolate, dizer “não precisava, flor”, ceder seu lugar para alguém mais necessitado, conversar com moleques residentes das ruas, doar seu tempo às lamúrias de quem lhe solicite e ainda te incluir na lista da festa tal ou do show tal que fulano vai fazer em tal lugar. Tudo ao mesmo tempo. E com muita calma: “vai dar tudo certo”.

Apaixonada por projetos sociais, por qualquer causa social que lhe apaixone. Quase tudo lhe é apaixonante. Ela, Flower by Kenzo, não se permite dar atenção a coisas não apaixonantes. Está em tudo que encha o peito. Seja numa discussão filosófica sobre Sartre ou gritando “ahhhhhhhhhhh!” num jogo de Paintball.

Mas estas coisas que enchem não têm que ser, necessariamente, grandes cenas dos teatros da vida, não. Pode acontecer de encher o peito e ser apaixonante numa simples caminhada (nada de simples se considerar o horário, o frio cortante, o ninguém por perto, a noite, as árvores, o corpo dolorido e, sei lá, uma boa metade do percurso do entorno da Lagoa da Pampulha). Pode ser um momento tarja preta discutindo o eterno ar condicionado da pós depois do último dia de aula. Pode ser numa conversa pela internet. Mas tem que ser assim, algo arrebatador. Se for fútil e egoísta ela nem vê. Não vale á pena.

Flower by Kenzo sente falta, muita falta. Chora. Esconde a cabeça debaixo do travesseiro por dias e noites. De tanto que dói.

Mas Flower by Kenzo sente muito tudo. É a rainha dos problemas sem solução. E arruma solução para todos eles. É a menina-moça que não desiste nunca. Convence com base e fundamento. Mesmo que o seu fundamento seja o “não sei”.

Ela se orgulha das pessoas e sente até inveja. Confessa sua inveja. E faz dela, a inveja, um sentimento a seu favor. A faz levantar da cama quando quer dormir para sempre ou sair de casa quando acredita que não vale mais à pena. É quando deixa de ser inveja e passa a se chamar coragem.

Flower by Kenzo é apaixonada por Machado de Assis, revoltada com o massacre aos desqualificados-pobres-ignorantes da sociedade, admiradora não confessa de sua mãe – com a qual vive uma relação a ser resolvida-, ama a Coli, gosta das botas de astronauta da Amanda, detesta Táxi – porque, diz, dirige muito bem -, lê a Piauí, está sempre na internet, tem medo do seu orientador do artigo final da pós graduação, ama seus amigos mais malucos, escreve, escreve e escreve e nunca se dá por satisfeita, divide sua vida em momentos, é extremamente nostálgica e mata um leão todos os dias.

Ela é a ÚNICA privilegiada por mim: leio seu blog todos os dias. É meu newsletter. A vida aos olhos (sentidos) de Flower by Kenzo.

Ela é meio difícil assim de explicar porque é mesmo difícil. Como ela é só ela mesmo, não tenho como comparar ou fazer menção à. Ela inicia e finaliza ali, na grandeza que é. Do tamanho que é. Infinita e finita que é. Sabe ser.

Ela basicamente sabe ser. É uma Renata Rocha que sabe ser, porque só ela sabe ser Flower by Kenzo.



Repara no horário!
Cara, como eu quero viver só disso!

3 comentários:

  1. eu amo a Flower by Kenzo...

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  2. Anônimo22:33

    Aplaudos, aplausos e mais aplausos!!! Lindo texto. Bjus.

    http://so-pensando.blogspot.com

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  3. Sócia, você tem um MEME lá no nosso blog. Bjus.

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