Minha Maternidade 2 - Mais calma...

Hoje tive uma reunião com o terapeuta do meu filho.

OBSERVAÇÃO BEM GRANDE: Não pode falar terapia. É classe. São 13 crianças entre 08 e 10 anos numa sala com tatame onde são realizadas várias brincadeiras. A única regra é: "AQUI NÃO EXISTE REGRA". E por aí vai.

Eles se batem, brigam, disputam liderança, se escondem, etc. Em momento algum o Rodrigo Cristófaro pergunta: "Como é a sua relação com a sua mãe?" ou "Você é agressivo?"... Não. Ele apenas observa. As crianças, com o passar do tempo começam a pedir regras, do tipo: "Não! Mas ele não pode jogar a almofada na minha cabeça" ou "Aqui é o espaço das pessoas que não querem levar bastonetes na cara" ou ainda "Temos que estabalecer quem manda e quem obedece" e por aí segue...

Bom, hoje o Rodrigo disse que o Diego precisa desconstruir o laço mãe-filho-uma-coisa-só. Ele precisa de LEGITIMAÇÃO da minha parte. Ele precisa ouvir "é, filho, você cresceu e pode tomar algumas decisões sozinho (mesmo que eu não concorde). E precisa ouvir que "se não quer tomar banho agora o problema é seu. Você já tem oito anos a tem que assumir as consequências e tal" e passar a bola para o pai "Só que se não o fizer seu pai vai ficar sabendo..." E o pai, então, deve dar uma sentença. E cumprí-la. E deixá-lo mais leve para que ele venha pedir colo materno. Sem obrigação nenhuma.

Ele precisa saber que aceitei que ele passou de fase e que eu LEGITIMEI e que o aceito mesmo assim. Tirar os meus braços de volta e deixá-lo andar sozinho. Aí ele volta. E pede colo. E vê que tem amo incondicional da mãe.

E a parte do castigo é por conta do pai (adorei isso).Só que o pai não gostou muito porque queria pegar o meu pequeno heroicamente para morar com ele. E o Rodrigo disse que não adianta. Que, infelizmente (palavras dele), "qualquer um pode cobrir nosso papel. O novo namorado da mãe, o tio ou o avô. Mas o da mãe não tem jeito. É só ela e pronto."

Isso foi muito bom porque me fez perceber que o controle sobre meu filho não escapuliu... Não perdi. Apenas me desconcertei...

Mas que o Rubens não gostou, não gostou. Tanto que fez questão de sair andando na minha frente e me ligar dizendo "não vou te deixar em casa, estou atrasado para uma festa, quer carona até a savassi? se quiser anda logo porque estou com pressa.". Eu disse que não precisava apesar da sua insistência e ele me deixou lá, na contorno com andradas, às 09:30 da noite, no escuro... Mas saí tão fortalecida que nem me importei quando peguei um taxi e me virei sozinha, como sempre fiz.

E nem me importou quando ele olhou pra trás e disse, com um sorriso irônico: "você viu o que ele falou, né? A culpa é sua". E foi-se para a tal festa enquanto o Diego ligava initerruptamente no meu celular.

MEU FILHO. Eu sou o primeiro elo e nada vai mudar isso.Pena que a imaturidade do pai cegue-o para verdade e vende-o somente para a disputa de poder. Vai ganhar por WO. Porque eu não vou comparecer à disputa.

Tomara que um dia ele entenda...