Noutro dia desses conversava com uma amiga sobre o dia-a-dia da minha mãe-solterice. Ela, também, solteira e mãe.
Reclamei: “O Diego me liga o dia inteiro!”.
Ele diz:
- Mãe, posso ver TV hoje e trocar o dia de castigo pela segunda-feira?
- Não.
- Ah, mãe, que saco! Só hoje?
- Não.
- Mas mãe...
- Não, não, não...
- Mas é que hoje...
Esta é a melhor / pior das frases que eu escuto todos os dias:
-... É que hoje vai passar aquele “filme / desenho / seriado / qualquer coisa” assim que eu nunca vi e que sempre quis ver a vida toda e nunca mais vai passar no Disney Chanel e...
- Não!
- Ahhh... – prestes a gritar.
- Mais alguma coisa, Diego?
- Tchau! – já gritando. Desliga o telefone.
E eu explanava como fluía o meu dia de trabalho, aos trancos e barrancos, de segunda a sexta.
Outro dia combinei que poderia me ligar somente três vezes por dia e que eu não atenderia mais. Piorou. Piorou porque ele aglomera dezoito reclamações por ligação e tenho que dizer muitos nãos. Muito irritante.
Um dia ele me ligou perguntando se poderia comprar bombinhas de estourar. Já era a terceira vez e eu não agüentava mais dizer não e respondi: “Sim. Tchau.”. Depois descobri que não se tratavam daquelas bombinhas de parque, de jogar no chão e tal. Eram bombinhas terríveis, que precisavam de recursos como caixinhas de fósforo, velas ou qualquer coisa que produza fogo... “Não dou conta!”, reclamei.
Minha amiga, mãe de uma bolotinha loira de três anos, me fez perceber que são todos iguais e me contou que Luara liga pra ela também o dia todo. E me deu um exemplo:
- Mamãe, - com voz de choro – eu não quero colocar o vestido rosa que o Augusto quer que eu coloquiiiiiii – chorando.
É, mães... Já vêem todos com defeitinho de fábrica. Só mudam mesmo o enredo.
Não tenho mp3, mas, se o tivesse, já o teria processado. Leitura é fundamental. um beijo
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