domingo, novembro 26, 2006

O que é, o que é?

Sou o sossego do seu desespero e o desespero do seu sossego.
Meu preço é seu apreço. Custo pouco, um real, dez reais, no jeito. Mas peço provas de amor de mais de mil, sua tevê, seu carro, todo o seu dinheiro.
Sou de fato muito querida. Vêem-me em belas praias paradisíacas, mas gosto mesmo dos becos, das ruas enlameadas das periferias.
Adoro quando me dizem que não dependem de mim e que podem me deixar quando estiverem afim. Rio por dentro, me coço, mas não conto que na verdade verdadeira eu estou sempre no comando.
Quem me conhece é amigo fiel. Mas se me abandona não deixo barato. Percorro almas e até faço pacto com o diabo.
Quando me for apresentado verás que sou glamurosa e poesia. Bela e atrevida.
Mas quando passar o tempo e estiver no papo, já era, te traço.
E vai acabar por ver, enfim, que sou eu que te mato e não você que consome a mim!

Um comentário:

  1. Anônimo18:23

    Palmas, palmas, palmas!!!
    Pode mesmo se gabar, vc escreve muito! Tem talento pra coisa!
    Bjos

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