sexta-feira, julho 31, 2009

Das teorias e da prática: heil my fuger!

“Sabe quando você fica, tipo assim, um tempo contigo mesmo, com seu eu interior e super pensa na sua vida, tipo assim, como uma auto-análise para si mesmo, ãhhhhh?”

 

É. Eu fui ao banco no meu horário de almoço. Fui sozinha. Fui de óculos escuros, chinelos de dedos, bolsa, mp3 com Silvia Gommes e tal. Passei por umas lojinhas, dei uma olhada, comprei um vestidinho lindo para uma grande amiga e inspiradora, cantarolei, fiz até passinhos de bolero. É. Eu estava nesse momento assim, em contato com o meu eu anterior, ãhh?! Sem celular, sem dinheiro no bolso, sem compromisso (ah, isso eu tinha sim...), sem pressa!

 

É o momento “paulo coelho” que acontece na vida das pessoas. Pois bem que hoje me ocorreu este momento.

 

MA-ÃS! Mas eis que quando retorno ao trabalho, carinhosamente chamado e conhecido por Terra de Hitler, Circo sem Futuro, etc., o que me acontece? Me acontece de ver todo mundo com aquela cara do tipo: “tá sabendo? To loooooouca pra te contar o babado, menina, mas agora não dá! Que chegue logo a hora do café”. Sabe esse tipo de cara? Logo pensei: outra fofoquita idiota e desimportante. NÃO.

 

1.      NÃO era nada bobo, não. Seriíssimo! Oh, pobre “coelho”. Jogado às traças. Debaixo do tapete. Porque o que tava pegando, tipo assim, ãhhhhhh, foi o movimento completamente cosmopolitano do Existencialismo: Heidegger, Husserl, Sartre... O movimento era outro: “responsabilidade do homem sobre seu destino e no seu livre-arbítrio”, ou seja: SAIR FORA!

2.       

3.      Por quê? Ora por que! Perguntinha infame e sem juízo, meus telespectadores! Porque Hitler agora usou uma arma maligna. Pior que teletelas e chips captadores de pensamentos implantados nas nossas cabeças e corações (daqueles modernos que dão choque!), ele se uniu fisicamente ao temível, terrível, medonho, louco!, o Czar vermelho, Joseph Stalin! Unidos, os dois, nas nossas costas, cada qual com sua arma. Clipes e palavras como “burro, imbecil e estúpido”, quando não um “cale-se!” haveríamos de suportar. E isso explica a cara abobada dos palhaços do circo quando logo cheguei do meu momento livro de auto-ajuda.

 

É, senhoras e senhores! O Circo sem futuro e seus palhaços apresentam A NOVA ERA: A nossa quarta guerra mundial, assim em caixa baixa mesmo pra não fazer alarde como a gripe suína. Porque aqui no circo, gripe, entre outras coisas, é proibida. Diga-se lá suína ou aviária, babuína, travestido, o que for. Até espirros são mal vistos. Recebem bufadas em troca.

 

Então compreendi tudo! Estamos perdidos e fadados à não-comunicação com todo o resto do mundo. São dois grandes pitbuls raivosos que hão de babar em nossas orelhas sofridas e cansadas desta p@rra de ladainha, ladainha, ladainha! É descer morro e subir ladeira. É calçar a cara numa paisagem bonita e condescendente e ladainha, ladainha. É sentar a bunda gorda na cadeira, com o corpo ereto, de frente pro computador inerte e escrever ladainha, ladainha e mais ladainha. É pedir licença, “preciso dar um suspiro, pode ser?”. Cansada desta ladainha ridícula que é viver se contendo dos seus porquês, vontades e sonhos, só escutando o burburinho no ouvido direito que ressoa para o esquerdo num ciclo de labirintite demagógica, patológica, ditatorial! Aqui onde qualquer coisa sem orelha de burro e cabeça de ET é o quê? Ladainha, ladainha, ladainha. E dá-lhe o coelho lebre, mago fantástico da caverna do dragão com sua consultoria da linha da psique de fazer palhaço chorar todo dia.

 

“E, aí, sabe quando você fica, tipo assim, pensando ‘ai, Dio Santo, e agora o que eu vou fazer?’,sentado na cadeira sendo estátua feita de ladainha despedindo-se da sua liberdade limitada e começando a mover como máquina com bolas de neve por cima da carcunda já pensando ‘como vou fazer?’ com seu eu interior já bolando estratagemas para cair do penhasco e voar com as asinhas de um passarinho bebê que não pode cair?”

 

Pois é assim agora. Tchau, ladainha, vou-me embora pra Pasárgada porque lá sou amigo do rei. Fique aí na mesmice que preciso ir me encontrar e fazer um samba só pra mim! E eu sei que vou. Circo pegando fogo. PALHAÇADA! Vou tirar a minha farda porque “eu sô da paz” e eu quero é viver sem lágrimas pretas na face. Deixo meu jeito louco de ficar parecendo igual de ladainha e vou. Sem lenço, mas com documento de liberdade, coisa que existe em mim e isso, minha gentem, não é ladainha. É verdade pura.

 

Qualquer coisa, se perguntarem pra onde fui, podem responder que devo estar logo ali, na esquina, fazendo movimentos bruscos de quando se faz acontecer.

E pra quem já me esqueceu: “aquele abraço”!

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