quinta-feira, março 08, 2012

Falar, enfim, do fim, é dolorido.

Por mais que nos preparemos para um fim, para o encerramento de uma etapa, me parece que nunca estamos preparados para a morte.

A morte, como imaginamos antes, é a ausência completa e findada de alguém, de alguma coisa. Mas mesmo que nos imaginemos em prantos olhando para aquele canto vazio, não estamos preparados. Porque o canto fica realmente vazio, mas o coração não. E cada detalhe da casa nos faz lembrar aquele que deu-se por fim conosco. Cada foto, cada palavra que costumava dizer, cada enfeite, cada letra já tremida numa agenda velha que não temos coragem de jogar fora.

Costumamos dizer que foi para um lugar melhor. Que não era mais pra acontecer. Dizemos repetidamente frases consoladoras que não nos servem depois. Porque a morte parece ficar ali, impregnada no corpo. O que acabou realmente não tem fim. É muito mais forte que acabar. É prevalecer na memória de uma maneira que, sim, como imaginamos, nos vem em pranto e por ora, em silêncio. É todo um adaptar-se de novo, como que se começássemos a viver de novo. E começar de novo com canto vazio dá nó na garganta. É porque cabe muita coisa no nosso coração. Cabe a raiva, cabe a saudade, cabe a ausência, a falta, o amor, o desejo e cabe também a imortalidade que reduzimos a objetos, músicas ou flores. Rosas vermelhas mal brotam, as rosas rosas tem espinhos e as amarelas não machucam. São as mais bonitas. Depois murcham e morrem.

As coisas e pessoas são feitas para acabar. As histórias também. Até os girassóis tem seu fim.

2 comentários:

  1. Daniel11:02

    A morte é algo que, por mais que saibamos que irá acontecer nunca é fácil, tampouco, compreensível pra gente. Mas todo fim é um novo início, e onde quer que realmente vamos pós-morte, tenho a certeza de que é uma nova etapa e novas experiências por viver. Sim! Pois é o inicio de algo que não vemos, por isso, não compreendemos, mas um novo inicio. Que Deus Pai Todo Poderoso a receba de braços abertos e que de cubra com seu manto e saiba dar-te força nesse momento. Bjus.

    http://submundosemmim.blogspot.com

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  2. Anônimo23:05

    saudades da nossa Epoca do Voley no ACM...
    Isso sim..foi uma morte...um fim

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