segunda-feira, março 30, 2009

Triste que só vendo

Quando foi que virei droga que nem vi?
Quando foi que tive que deixar de existir pra ser bom?
Quando é que te fazer bem começou a te fazer mal?
Quando é que alguém me pede uma coisa desta?

Machucou profundamente meu coração.
Alargou uma falta que não vira saudade nunca.
Alastrou pedaços de mim espalhados como os caquinhos.
Me deixou assim solta e foi embora.

Quando é que isso tudo aconteceu que nem vi?
Quando foi que doeu tanto assim e agora dói em mim?
Quando é que isso tudo passa?
Quando é que vou acordar?

Existe remédio pra esse negócio que tô sentindo aqui no meio da garganta? Será que tem cura isso? Será que vai parar de escorrer lágrima? Será que isso sai? Tá agarrado aqui, óh! Como um pedaço de osso entalado. Aqui, óh! Como um pedaço de coisa jogada. Como uma surpresa que eu não esperava. Ai, que PQP! Será que tem, pelo menos, remedinho pra esquecimento de gente?

Ai.

Isso é a maior coisa que já fiz por alguém. Sem relutar. Ficar aqui. Calada e chorando baixinho. Pra ninguém perceber. Deixei bater, deixei gritar. Achei que um dia ia passar. Mas não por cima de mim. E foi um estrondo, uma chuva que carrega tudo, um tufão. Me deixou até meio zonza. Com um caroço na garganta que ainda não entendi.
Será que um dia entendo?

Ai.
Aqui, óh!
Bem nesse caroço na minha garganta.
Nada adianta.
Vou continuar sentindo.
Eternamente. Talvez nunca entenda.
Esse carocinho na garganta.

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