sábado, agosto 02, 2008

Xandão!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Estes dias têm sido pesados... Difíceis e diferentes...

Energia em trânsito. Não sou adepta a nenhuma religião ou seita específica, mas não vejo explicação científica pra isso.

Veja bem:

Ontem empurrei um batmóvel que, do nada, resolveu ficar sem gasolina. Batman e duas Robin´s. Empurramos o bat até o posto de gasolina mais próximo. Estávamos num viaduto, barulhento e com todas as poluições possíveis. Tipo de lugar enlouquecedor. Mas fizemos tanta força pra empurrar o negão móvel que descarregamos muita coisa ali. Muita coisa ”cheia”. E nos divertimos.

Outro momento: Brinquei que estava pesada, carregada, com um elefante branco sob o corpo. E disse que jogaria fora, pela janela, tudo aquilo, inclusive o elefante. Estiquei os braços para fora, sacudi as mãos, fechei os olhos e virei o rosto. Brincadeira que deu certo. Comecei a cantar.

Apesar de não ter saco para MSN, entrei dia destes e por lá encontrei um velho amigo, dos tempos de faculdade. A conversa, devido ao meu “cheio”, começou quase monossilábica: sim, não, é..., cansaço, quanto tempo!, Fulana está ótima!... E conversamos mais até que virou conversa mesmo. Silvia Gommes cantarolando maravilhosamente, como haveria de ser (vale muito à pena), e um combinado de sairmos para tomarmos mais ou menos 26 Ice´s cada um, qualquer dia destes.

Outro dia cheguei em casa. Fui ao salão antes, ato de martírio por si só. Retorno ao lar = Zona! A veia jogou água e sabão em pó no chão da sala para “limpar” alguma coisa, o moleque jogou vários panos por cima na tentativa de minimizar a bagunça, a cachorra (pit-bull disfarçada de poodle) latia, sabe-se lá porque e eu... estupefata. E dei-me a conversar com os três. Sim, com a cã também (que, nesta altura tremia e pedia colo porque tem medo de fogos e alguém gritou Gol! lá fora).

Assuntos em pauta: colaboração, nada de tentar limpar uma meleca qualquer quando existe a probabilidade de melecar mais ainda e “hora de escovar os dentes”. Liberei o menino e fiquei com a véia a fiar.

Tentei dizer que a vida não é tão ruim assim, que é bom termos dinheiro para comprar as fraldas dela, que não pode se entregar à depressão, que é melhor ter uma casa com teto do que uma que não tem nada: chão, penico, parede, etc. E fiz uma interpelação que a fez chorar: “Ok, Vovó. Que você não quer uma cuidadora de idosos nós já sabemos. Que você não quer uma enfermeira, que não quer morrer, que não quer isso e nem aquilo, todos já sabemos. Mas o que você, de fato, quer?”.

É difícil dar a mão a alguém de 90 anos que não quer se deixar levar...

Aí, como num último suspiro, quase sem fôlego, mostrei que a TV não tem só o canal 21. Que não tem só a novela e o jornal. Mostrei as zilhões de possibilidades de entretenimento. Filmes, documentários, entrevistas, besteiróis e... MÚSICA! Ela, já deitada, teve a honra de assistir ao show de New Rock, MPB, Bossa, Funk, Pagode, Axé, Reeage, Latino, Anos 60, 70, 80, 90, protagonizados por Diego, o moleque e myself. Foram longos 30 minutos de show, sacudindo, pulando, gesticulando, sacolejando... Minha cabeça doeu. Chega.

BANHOOOOOOOOOOOOOOOO...

Ansiolítico goela abaixo e sono sem sonhos.

Hoje.

Trabalho. Cheguei atrasada e, como é de costume aqui, na terra de Hitler, tive que justificar, num papelzinho, o tal atraso. Rebeldia minha: meus atrasos sempre se expressam em longas palavras – “Atrasei”.

Foi quando Hitler me disse: “Corrija este horário, Carol. Você não chegou as oito e trinta. Já eram oito e quarenta.

Tem resposta pra isso? Ele esqueceu que ontem saí as dezenove e quinze e não às dezoito...

O meu “descarrego”, agora é falar e falar. Com o papel. E me indago:

“Vale à pena sobreviver assim e ter que empurrar um batmóvel por dia pra ficar mais leve?”

A propósito do Título: Xandão tem um coração do tamanho do mundo. E tem as palavras dosadas em conta-gotas. Pode ser muito ou pode ser nada. Ele pode até dizer um “Humpf!”, se for o “Humpf!” certo. Sempre diz a quantidade certa de coisas a serem ditas. E isso me irrita às vezes, especialmente quando fala o que não quero escutar. Mas nunca deixou de me salvar (ele diria que não está me salvando, só ajudando e sorriria).

Xandão, meu caro amigo! Volta logo de Sampa com o seu “Cá-Ról” porque o elefante branco fica sempre por perto e ele é bem pesado.
Help, I need somebody!

By Carol Uva Bahasi
31/07/08
10:58 h
A propósito de HOJE postar este texto: Li o texto pra ele por telefone e disse que enviaria por e-mail e colocaria no blog. Não tive muito tempo (porque gastei o tempo todo com nada útil). Então ele me ligou pra dizer que não localizou o “Xandão!!!!!!!!!!!!!” e que não recebeu meu e-mail. E, mais uma vez me pediu que prestasse mais atenção nas minhas crises e nas minhas quintas-feiras e soltou, ainda, “Você sabe como resolver o seu problema... Beijos. Tchau.”.

Oh, Xan-Dão!


Um comentário:

  1. Anônimo22:39

    Parafraseando alguém : Todos temos que suportar a insustentável leveza do ser.

    Fomos feitos leves e soltos mas procuramos correntes e nos prendemos,

    Escolhemos a terra e sonhamos voar enquanto poderíamos voar e viajar pela terra.

    “Vale à pena sobreviver assim e ter que empurrar um batmóvel por dia pra ficar mais leve?”

    Não

    “Vale à pena VIVER e empurrarmos um batmóvel por dia?”

    Sim, ( ficar mais leve é consequencia)

    Pois no final o batmóvel que consumiu nosso suor por um dia resulta em gargalhadas por toda uma vida.


    PS:
    Prá não dizer que não falei de flores
    Querem meu sangue
    Roda Vida

    PS2:
    Caso deixemos o batmóvel para trás ele enferruja e teremos muito mais trabalho quando formos empurra-lo

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