Um dia destes fiz uma viagem.
Fui andando pelo tempo. Andando pela estrada.
Andava pela estrada, andava pelo espaço, tempo, preguiça, ta longe, vamos pedir uma carona?
“Não, não sou confiável”, he said.
Vamos então? Para onde? Pic, pic, pic... Eram os grilos.
Seria uma realidade alternativa se não fosse estranhamente verdadeira. Seria um tempo paralelo se não fosse estranhamente emaranhado às horas.
Pic, pic, pic... Escuta! Nunca ouviram falar? É assim que eles fazem.
E fomos assim, colhendo umas coisas do passado, do presente e, quem sabe, de outros lugares.
Luvas, cheiros, filhos, choro, saudades, mães, beijos, grilos, pedras, estátuas, estradas, vinhos, cervejas, “entre fofas”, ao pé da serra, cachorros, maridos, 1, 2, Claudinho (tantos!), Zezés, bonés, claves de sol, unicórnios, Juquinha, frio, muito frio, sol, forró, pessoas...
Pseudo demais... Ops! Psy demais esta viagem. How psy!
Cobertores, estrelas, redes, Maria Rita...
Then I said: Você não existe! I invented you.
Estava louca, com muita Maria (a Rita, não a ruana) na cachola, quase que assistindo “Boom” com Jorge Fernando (que ele ainda insistia em perguntar se estava na TV ou em qual teatro estava passando...) e ele lá. Lá.
Nesta viagem muito louca inventei de ser atriz contemporânea que interpretava Shakespeare em peças pesadas com o papel de “ameba 1”, era “Miss Mossoró” que insistia em ser um corpo e era até a versão circense do tal antropólogo que tentava achar o “ponto” numa cabaninha moderna numa tribo dos Maias.
Mas ele não existia. Não. Não era possível existi-lo-ô (bonito isso, não?)!
E pensava comigo mesma: esse cara não é mesmo nada confiável! Ele é um contador de histórias, um Forest. Falamos de filmes, mágica, circo, religião (oh, religião!), teatro, drogas, vernissage, futuro, moto, escola, viagens...
Cheguei à conclusão que, se não achasse nele um defeito, por mínimo que fosse, ainda naquele universo paralelo, era porque eu estava ficando esquizofrênica e ele era puramente mais uma personagem das minhas fantasias.
Trânsito. Pronto. Um defeito.
Mas um diazinho depois ele esbanjou um milhão de qualidades que anularam o defeitinho. Eu o inventei. Fato.
Excusame: Püttaqeopariuch!
Um dia destes fiz uma viagem.
Fui andando pelo tempo. Andando pela estrada...
E acabei por descobrir que a minha viagem nem ali começou nem por ali terminou.
Talvez tenha sido ali que comecei a me assustar com ela. Ou tenha sido ali, bem naquela bifurcação, que entendi algumas coisas. Ou ali achei pessoas que precisavam viajar comigo. Ou sempre viajaram comigo, porém, em realidades diferentes da minha... Penso até na hipótese de esquizofrenia, talvez, porque, how she said: “We are all just prisoners here, of our own device”
Any way... Muito bom.
A viagem continua... Mto psy.
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