- Cérebro, o que você quer fazer esta noite?
- A mesma coisa que fazemos todas as noites, Pinky... Tentar conquistar o mundo!
A verdade é que os dois ratos brancos que utilizam os Laboratórios Acme como base para seus planos mirabolantes já estão dominando o mundo. E o plano é perfeito. Veja bem:
A primeira etapa:
Parodiar a si mesmos. Inventar que são idiotas e que seus planos nunca dão certo. Minar a própria credibilidade a ponto da infantilidade humana. Por isso viraram desenho animado.
Segunda etapa:
Descobrir como invadir as mentes humanas de maneira que ninguém percebesse ou fosse capaz de controlar suas ordens. Pesquisaram por anos a fio e descobriram, então, a Mensagem Subliminar, um tipo de mensagem que não pode ser captada diretamente pelos sentidos humanos, está abaixo do limiar, a menor sensação detectável conscientemente.
Terceira etapa:
Descobrir a melhor maneira de enviar as mensagens sem que os seres humanos percebam. Pesquisadores ligados ao grupo do Inspetor Buginganga detectaram a seguinte conversa via rádio telepatia;
- Cérebro, como vamos enviar mensagens subliminares com nossas ordens aos humanos?
- Bem, Pinky, acho que podemos usar algo ligado às origens humanas, como a comunicação e...
- Lá lá lá... – Pinky viajando na maionese – Tururu...
- Isso! Você é um gênio!
- Ãh?
- Vamos usar a música... – sorriso maldoso nos lábios (é, ratos tem lábios) – Vamos inventar a música eletrônica!
- O que é isso?
E assim começaram seu maldoso plano contra a humanidade. Estudaram anos a fio. A fundo. Entenderam as religiões, os rituais, as crenças.
Viajaram o mundo perambulando tribos indígenas, seitas, grupos fanáticos, oligarquias, estrófes, eras mesozóicas, pcterodáctilas, motocôndricas, ribossômicas, enzimáticas e outras galáxias.
Descobriram o estado de transe. Descobriram que o “Lá lá lá... Tururu...” funcionava muito bem e tornava os seres humanos receptivos a qualquer baboseira.
E então! (ênfase dramática, muito dramática mesmo), lançaram as raves e as trances e o diabo a quatro, por assim dizer.
Fizeram que isso virasse moda, lógico, uma vez que entendem a imbecilidade do homo sapiens em relação ao que o outro pensa (diferente e mais imponente que o ‘eu interior’). E, como moda, aproveitaram para lançar grifes e ganhar dinheiro. Dinheiro que vem bancando seus estudos.
Pesquisaram mais e descobriram o efeito das luzes monocromáticas. E descobriram como eliminar os riscos de claustrofobias (estas neurazinhas que o homem inventou pra si mesmo). Inventaram que estes eventos, na sua maioria, ocorreriam em locais abertos, perto da natureza (agradando aos religiosos), durante a noite e o dia (agradando aos mochileiros), frequentados por nichos diferentes (agradando aos nichos diversos, aos jornalistas, aos produtores, aos jovens, aos velhos, aos gordos, aos esquizofrênicos, etc) e inventaram o PATROCÍNIO! Ohhhhhh...
Por fim, num ato de extrema magnitude, inventaram AS DROGAS! Drogas específicas para consumo durante tais eventos. Drogas inibidoras de tal coisa e exibidoras de outra coisa, mas o fato é: drogas quepotencializam o efeito imbecil do estado de transe absorvendo a mensagem subliminar.
Pacote completo.
Desviam a nossa atenção, claro. Usam todas as mídias para nos embromar. Lula, Bush, guerras, fome zero, tsunamis, novelas, metrôs, gangues, aquecimento global...
E, enquanto isso, saímos das raves e vamos comprar NIKE´s, vamos beber Smirnoff Ice, maltratar velhinhos e dar esmola aos moleques de rua. Tudo isso como efeito de teste, lógico.
Porque, preparem-se, quando o plano começar, de fato, o mundo será realmente dominado pelo rato branco alto, magricela, com escleróticas azuis e dois dentes tortos saltando fora da boca e pelo outro, o rato branco, baixote e atarracado, com escleróticas rosadas e uma cabeça enorme evidenciando um cérebro também enorme.
Isso, claro, se não matarmos uns aos aoutros antes, só pra ver quem morre primeiro, o que é bem do nosso feitio. Achamos que dominamos tudo e sabemos tudo e que os ratinhos, no máximo, podem mexer no nosso queijo.
Somos enganados,como sempre, pela nossa própria ignorância.
Escreve demais!
ResponderExcluirPor isso que digo, minha escritora favorita!!!
Carol,
ResponderExcluirBeleza? Vc. já leu 1984, de orwell? Tem tudo a ver com seu post, muito legal por sinal.
Um beijo,
Rodrigo
"Vídeo-games não influenciam crianças. Quer dizer, se o Pac-man tivesse influenciando a nossa geração, estaríamos todos correndo em salas escuras, mastigando pílulas mágicas e escutando músicas eletrônicas repetitivas." - Kristian Wilson, Nintendo Inc, 1989
ResponderExcluirLogo o Pink e o Cérebro são os criadores do video-game