quinta-feira, abril 19, 2007

Pinky and The Brain

- Cérebro, o que você quer fazer esta noite?
- A mesma coisa que fazemos todas as noites, Pinky... Tentar conquistar o mundo!

A verdade é que os dois ratos brancos que utilizam os Laboratórios Acme como base para seus planos mirabolantes já estão dominando o mundo. E o plano é perfeito. Veja bem:

A primeira etapa:

Parodiar a si mesmos. Inventar que são idiotas e que seus planos nunca dão certo. Minar a própria credibilidade a ponto da infantilidade humana. Por isso viraram desenho animado.

Segunda etapa:

Descobrir como invadir as mentes humanas de maneira que ninguém percebesse ou fosse capaz de controlar suas ordens. Pesquisaram por anos a fio e descobriram, então, a Mensagem Subliminar, um tipo de mensagem que não pode ser captada diretamente pelos sentidos humanos, está abaixo do limiar, a menor sensação detectável conscientemente.

Terceira etapa:

Descobrir a melhor maneira de enviar as mensagens sem que os seres humanos percebam. Pesquisadores ligados ao grupo do Inspetor Buginganga detectaram a seguinte conversa via rádio telepatia;

- Cérebro, como vamos enviar mensagens subliminares com nossas ordens aos humanos?
- Bem, Pinky, acho que podemos usar algo ligado às origens humanas, como a comunicação e...
- Lá lá lá... – Pinky viajando na maionese – Tururu...
- Isso! Você é um gênio!
- Ãh?
- Vamos usar a música... – sorriso maldoso nos lábios (é, ratos tem lábios) – Vamos inventar a música eletrônica!
- O que é isso?

E assim começaram seu maldoso plano contra a humanidade. Estudaram anos a fio. A fundo. Entenderam as religiões, os rituais, as crenças.

Viajaram o mundo perambulando tribos indígenas, seitas, grupos fanáticos, oligarquias, estrófes, eras mesozóicas, pcterodáctilas, motocôndricas, ribossômicas, enzimáticas e outras galáxias.

Descobriram o estado de transe. Descobriram que o “Lá lá lá... Tururu...” funcionava muito bem e tornava os seres humanos receptivos a qualquer baboseira.

E então! (ênfase dramática, muito dramática mesmo), lançaram as raves e as trances e o diabo a quatro, por assim dizer.

Fizeram que isso virasse moda, lógico, uma vez que entendem a imbecilidade do homo sapiens em relação ao que o outro pensa (diferente e mais imponente que o ‘eu interior’). E, como moda, aproveitaram para lançar grifes e ganhar dinheiro. Dinheiro que vem bancando seus estudos.

Pesquisaram mais e descobriram o efeito das luzes monocromáticas. E descobriram como eliminar os riscos de claustrofobias (estas neurazinhas que o homem inventou pra si mesmo). Inventaram que estes eventos, na sua maioria, ocorreriam em locais abertos, perto da natureza (agradando aos religiosos), durante a noite e o dia (agradando aos mochileiros), frequentados por nichos diferentes (agradando aos nichos diversos, aos jornalistas, aos produtores, aos jovens, aos velhos, aos gordos, aos esquizofrênicos, etc) e inventaram o PATROCÍNIO! Ohhhhhh...

Por fim, num ato de extrema magnitude, inventaram AS DROGAS! Drogas específicas para consumo durante tais eventos. Drogas inibidoras de tal coisa e exibidoras de outra coisa, mas o fato é: drogas quepotencializam o efeito imbecil do estado de transe absorvendo a mensagem subliminar.

Pacote completo.

Desviam a nossa atenção, claro. Usam todas as mídias para nos embromar. Lula, Bush, guerras, fome zero, tsunamis, novelas, metrôs, gangues, aquecimento global...

E, enquanto isso, saímos das raves e vamos comprar NIKE´s, vamos beber Smirnoff Ice, maltratar velhinhos e dar esmola aos moleques de rua. Tudo isso como efeito de teste, lógico.

Porque, preparem-se, quando o plano começar, de fato, o mundo será realmente dominado pelo rato branco alto, magricela, com escleróticas azuis e dois dentes tortos saltando fora da boca e pelo outro, o rato branco, baixote e atarracado, com escleróticas rosadas e uma cabeça enorme evidenciando um cérebro também enorme.

Isso, claro, se não matarmos uns aos aoutros antes, só pra ver quem morre primeiro, o que é bem do nosso feitio. Achamos que dominamos tudo e sabemos tudo e que os ratinhos, no máximo, podem mexer no nosso queijo.

Somos enganados,como sempre, pela nossa própria ignorância.

3 comentários:

  1. Anônimo08:11

    Escreve demais!
    Por isso que digo, minha escritora favorita!!!

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  2. Carol,

    Beleza? Vc. já leu 1984, de orwell? Tem tudo a ver com seu post, muito legal por sinal.

    Um beijo,

    Rodrigo

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  3. Anônimo17:25

    "Vídeo-games não influenciam crianças. Quer dizer, se o Pac-man tivesse influenciando a nossa geração, estaríamos todos correndo em salas escuras, mastigando pílulas mágicas e escutando músicas eletrônicas repetitivas." - Kristian Wilson, Nintendo Inc, 1989


    Logo o Pink e o Cérebro são os criadores do video-game

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