Eu, segura no meu lugar, no meu canto, no meu cantar.
Eu, quieta, na minha, numa boa, sem desequilibrar.
Aí eu, status quo, inércia... COSQUINHA.
Aí eu, parada, acomodada, me inquieto.
Eu me aproximo, não deixo, recuo, volto, retorno.
Apareço, não reconheço, deixo a porta aberta.
Aí eu, sentada, pulo pela janela. Afobada.
Eu, que me tinha como só querendo não querer porque querer dói...
Aí eu dou de cara com suor e com desejo.
E eu, que me bastava, sinto um coração fazendo BUM.
E eu, com o coração em congado, sinto mais e mais veias quentes.
E logo eu? Eu que estava no meu lugar, nada pra incomodar!
E aí eu começo a sentir o gosto quente na boca e acho bom.
Porque coração quando se desperta é contrário de doce amargo.
É de chocolate ao leite, tem cheiro e é vermelho.
Tem braços. Tem mãos. Tem vontade de fechar os olhos e escutar BUM BUM, BUM BUM!
Eu, segura, lugar, canto, cantar.
Eu, quieta, minha, boa, equilibrar...
Parada, acomodada, bastante...
Eu agora afobada, quente, pulo, fecho a porta, abro a janela, vou, volto, fico doce, BUM BUM!
E os braços e as mãos, ai, ai... É de chocolate ao leite, tem cheiro e é vermelho.
E pra você, óh: “Olhou, gostou, desejou, agora agüenta! Quis sustentar um estandarte, então SUSTENTA!” Voz: Silvia Gommes
Nenhum comentário:
Postar um comentário